Os índios do Maranhão
O Maranhão dos índios
Um pouco de história
No século XVII, a população indígena no estado do Maranhão, era formada por aproximadamente 250.000 pessoas. Faziam parte dessa população, cerca de 30 etnias diferentes; a maioria delas, hoje, não existe mais. Povos indígenas como os Tupinambá que habitavam a cidade de São Luis, os Barbado, os Amanajó, os Tremembé, os Araioses, os Kapiekrã, entre outros, foram simplesmente exterminados ou dissolvidos social e culturalmente. Outras etnias existentes na época, como os Krikati, Canela, Guajajara-Tenetehara e Gavião, continuam presentes até hoje. São notórias as causas do desaparecimento de cerca de 20 povos indígenas no Maranhão: as guerras de expedição para escravizar, as doenças importadas, a miscigenação forçada, a imposição de novos modelos culturais, entre outras causas.Hoje...
A população atual dos povos indígenas no estado do Maranhão soma cerca de 20.000 pessoas e está em progressivo aumento. Isto vem se dando a partir de uma série de fatores, entre eles uma certa melhoria das condições de vida, uma maior qualificação dos próprios índios em gerirem a educação, a saúde, as atividades agrícolas, e uma determinante vontade de viver segundo seus costumes. Um outro fator importante foi a demarcação de todas suas terras que, embora invadidas, conferiram à população indígena maior auto-confiança e segurança em sua perspectiva de auto-perpetuação física e cultural.Tudo isto não significa que não haja problemas e carências estruturais entre os povos indígenas do Maranhão. O estado, hoje, não consegue, ou não quer, garantir os direitos mínimos consagrados na Constituição de 1988. Mantém ainda uma relação de tutela, misturada com um paternalismo humilhante que minam profundamente o sonho de uma autêntica autonomia para os povos indígenas.
Hoje, parece não haver mais “guerras justas ou santas” contra os pagãos e selvagens índios, mas pouco se tem feito para superar e extirpar os preconceitos disseminados na sociedade brasileira, e as inúmeras formas de racismos contra os índios. Hoje, não se planejam mais etnocídios oficiais, mas procura-se introduzir nas aldeias novos e mais sofisticados modelos culturais, econômicos e religiosos, que ameaçam a coesão e a identidade étnica dos povos indígenas. Além disso, as invasões das terras indígenas e os saques ao rico patrimônio indígena por partes de grandes grupos econômicos nacionais e não (madeireiras, mineradores, laboratórios farmacêuticos, agro-business, etc.), com a conivência de setores do estado, ressuscitam um moderno colonialismo explorador, que só se diferencia do antigo pelo seu grau de sofisticação, mas permanece igualmente brutal e desumano. A inconformidade e a resistência dos índios, entretanto, não foram dobradas. Eles continuam lutando para serem respeitados e reconhecidos em suas diferenças cultural, social e política.
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